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Samba de coco

Samba de coco

Samba de coco

 

História



O samba de coco é uma dança brasileira, seu berço foi o sertão de Pernambuco. O ritmo possui traços indígenas com nítida influências africana nos quilombos e senzalas. Os negros cantavam durante o ritual da quebra do coco para a extração das coconhas. O aspecto sertanejo existente, possivelmente, é resquício da matriz portuguesa.


 

Características

Seu elemento musical marcante é o ritmo sincopado. As canções são marcadas pela oralidade, apresentam como temática o cotidiano de labuta, o amor e a própria história. A marcação do tempo com palmas é um dado típico das rodas de coco. Há um "tirador do coco" ou "coqueiro" que é quem puxa os versos. A estrutura é de diálogo, sendo o puxador uma espécie de solista e os demais dançantes, o coro da resposta.

Nos cantos cabem improvisos e concebem métricas livres, como: quadras, sextilhas, décimas etc. Os instrumentos de percussão utilizados originalmente são: cuícaspandeiros, ganzás, bombostamboreschocalhos, maracas e zabumbas unidos à harmonia da sanfona.

A indumentária originalmente se constituía de vestidos com estampas e rodados, enquanto os homens usavam calças e camisas sociais igualmente estampadas. Ambos calçavam tamancos feitos de madeira. Constitui-se uma dança de umbigada. É dançada em pares que formam um círculo ou apenas um par por vez dança no meio da roda enquanto os demais participantes cantam as respostas em coro e batem palmas.

Ícone do samba de coco são os grupos do Mestre Euclides em Aracaju, de Lula Calixto em Arcoverde e o da cidade de Estância. A dança é uma forma de preservação da tradição cultural do povo sertanejo.

O município de Arcoverde é considerado a porta de entrada do Sertão Pernambucano. Com localização estratégica e clima ameno, a cidade é conhecida por ser o berço de alguns dos mais tradicionais grupos de côco de roda do Estado. Outro destaque da cultura de Arcoverde é o cordel. A cidade é berço de cantadores e poetas, como Cordel do Fogo Encantado, Noda de Caju, Super Oara, Lábios de Mel, Adrenalina, Samba de Côco Raízes de Arcoverde, Urucungo, Mazinho de Arcoverde, Paulinho Leite, Samba de Côco Irmãs Lopes, Troupernas de Pau e Teatro, Gildo Moreno, João Silva, entre outros artistas.

"O coco se perdeu na noite dos tempos". A frase de Cyro Almeida, integrante do Coco Maracajá, ilustra o mistério que ronda essa manifestação popular da qual não se sabe a origem.

Segundo ele, acredita-se que o samba de coco, por exemplo, tenha origem indígena. Mas está é apenas uma das teorias. Pertencentes a esse estilo de coco, "o trupé e a parcela são movimentos que se utilizam de batidas no chão com tamancos de madeira", explica Cyro Almeida.

O Samba de Coco é uma modalidade de coco encontrado no sertão pernambucano, especialmente no município de Arcoverde. Sua formação instrumental é composta por surdo, pandeiro, triângulo, ganzá e o tamanco citado por Cyro Almeida. 
A cantiga é entoada por um coqueiro e por vozes que respondem ao refrão entre uma estrofe e outra. Em Arcoverde, se encontram duas expressividades de samba de coco: Samba de Coco Irmãs Lopes e o Samba de Coco Raízes de Arcoverde oram africanos ou índios?

"O que existem são especulações sobre a origem do coco. Alguns dizem que ele pode ter começado nas músicas de improviso entoadas durante as quebradeiras de coco. Tem também a tese de que ele tenha vindo com os africanos", conta Cyro Almeida.

Segundo ele, o que é conhecido é que a variedade de estilos do coco é muito grande. "O que estamos mostrando na coletânea é apenas uma parte de que tivemos contato", afirma o integrante do Coco Maracajá.

E Cyro Almeida explica que há semelhanças com o coco em hábitos de poços bem distantes do Brasil. Como exemplo, ele cita os esquimós, que empreendiam desafios quando queriam resolver algum problema.

"Dois esquimós começavam a xingar um ao outro em rimas e acompanhados de tambores", descreve. A informação, segundo Cyro, vem do ensaio que trata das variações sasonais dos esquimós, de Marcel Mauss.

 

 

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